Um caso de amor entre dois rios: meu poema vencedor
A Língua da Água
para
João e Marly
Rios labirintos, vivem
o fluir sem medo ou dúvida
para brilhar nas águas claras,
cristal e ouro do cascalho.
Rios de mãos dadas, vivem
na língua da água, no leque do vento,
em tênue fio, um rio, sonolento
até o outro de si, um vale, por dentro.
Viver vale o suicídio, desaguar
um renovado no outro, o outro
de si renascido, o leito esculpido na memória,
para fugir, na morte, da vida em poças.
*O Tibre, o Arno, e os rios (Antologia Poética, org. João Cabral de Melo Neto, Editora Nova Fronteira, 1997)
** Os rios de um dia (A Educação pela Pedra e Depois, Ed. Nova Fronteira, 1997)
Descobri, mais tarde, que foram apaixonados um pelo outro, casando-se em 1986, ele aos 66 anos, ela quase 20 anos mais jovem.
No comments:
Post a Comment
Thank you for your comment. It will appear shortly.
Obrigada por sua mensagem. Ela aparecerá aqui em breve.